Quando generais nos mandam abrir trincheiras para que lutemos contra um inimigo comum, melhor nos certificarmos de que não estamos cavando nossa própria sepultura.
A “guerra” contra a pandemia, como todas as guerras, pode não passar de outra oportunidade para causar mais baixas entre explorados e oprimidos. Ainda que presidente e governadores troquem provocações palacianas, certamente estão do mesmo lado quando se trata de fazer os ferrados de sempre pagarem a conta.
Leis e decretos pelo isolamento social são baixados. Mas não há qualquer iniciativa concreta para dar condições para que a população fique em casa sem passar necessidade. Onde estão toda a energia e eficiência demonstradas em “tempos de paz”, quando ocupações são despejadas e operações policiais deixam corpos pobres estendidos no chão?
Governantes e patrões dizem estar em guerra contra o coronavírus, mas até agora os únicos soldados no front são os médicos e, principalmente, as enfermeiras e outros técnicos de saúde. São lutadores que, em tempos normais, já são abandonados na luta que travam cotidianamente em defesa da saúde da população. Por que seria diferente agora?
E se, hoje, esse exército foi mobilizado para encarar um vírus como seu maior inimigo, muito piores são aqueles que dizem ser sua retaguarda, enquanto mais uma vez os desertam, deixando faltar equipamentos, medicamentos, recursos, estrutura e verbas.
Precisamos impedir que as trincheiras ocupadas por essas heroínas e heróis verdadeiros se tornem sua sepultura. Pela formação imediata de comitês e brigadas de solidariedade e apoio aos trabalhadores da saúde e à população. Esta deveria ser a missão prioritária das organizações populares hoje.
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Continuas na saga de propor que as organizações populares se lancem em ações mais efetivas de combate ao coronavírus do que a discursiva (a qual sabemos que é muito importante). Tem conhecimento ou acha que pode existir alguma movimentação nesse sentido? Grato e abraço.
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