De volta a Qualityland, país ficcional criado pelo escritor alemão Marc-Uwe Kling, descrito no livro homônimo.
Na terra da qualidade, tudo é superlativo. Lá nada é apenas maravilhoso. É mais maravilhoso!
E nesse lugar hiper-extraordinário, as teias virtuais e seus aplicativos dominam tudo. A maior rede social do mundo está lá, claro. É a Everybody.
Todos estão nela. Literalmente. Afinal, a Everybody se encarrega de criar automaticamente perfis para aqueles que ainda não conseguiram criar um para si. Ele também se encarrega de manter os status dos usuários atualizados automaticamente.
Por exemplo, sempre que você tomar aquele costumeiro café, o sistema publicará instantânea e autonomamente a atualização apropriada em seu perfil: “Nesse momento, estou tomando um café na Starbucks. Totalmente delicioso!”
Existem até robôs de bate-papo que se encarregam de iniciar e manter diálogos com os seus contatos na rede. De modo que a pessoa recentemente registrada já chega com suas conversas em adiantado estágio de andamento.
É como diz a propaganda do Everybody: “Você economiza o esforço de ter que conversar com seus amigos. E a situação ideal surge quando os robôs assumem as duas pontas da conversa, proporcionando mais tempo livre para os respectivos usuários.”
Calcula-se que esse recurso libera cerca de 10,24 horas por semana por membro da rede. Não é fantástico? Fantástico, não. Extremamente fantástico!
Lógico que numa sociedade como essa não existem segundos lugares. Todo e qualquer serviço, empresa, corporação são, ao mesmo tempo, gigantes, únicos e os melhores. Assim, não há espaço para coisas bobas como a livre concorrência.
Não lembra um lugar nem tão ficcional? Tipo, aqui e agora?
Leia também: Qualityland: uma distopia com cara de realidade
Nossa, deu ideia. Os que existem e outros que podem entrar vão oferecer esses serviços.
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