Já circula pelas redes a foto da palma da mão de Bolsonaro, captada
durante sua entrevista ao Jornal Nacional, ontem. Nela estavam escritas as
palavras Deus, Família, Brasil.
Óbvio que nem ele teria dificuldades para lembrar de palavras tão
simples. Muito provavelmente, foram inscritas para gerar “memes”. Segundo a
Wikipedia:
Meme é um termo criado em 1976 por Richard
Dawkins no seu bestseller “O Gene Egoísta” e é para a memória o análogo do gene
na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação
que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais onde a informação é
armazenada (como livros).
O candidato Enéias Carneiro marcou as eleições presidenciais
de 1989 a 1998. Muito antes de os memes se popularizarem, ele já tinha o seu.
Era o bordão “Meu nome é Enéias”.
Com tempo minúsculo no horário eleitoral, a isso se resumiam as
propostas de Enéias. Apesar disso, foi eleito deputado federal em 2002, com
mais de 1,3 milhão de votos.
A grande popularidade de Enéias mostrava que o pouco tempo para
propaganda eleitoral não lhe era necessariamente prejudicial. Ao contrário, ele
tinha menos chance de revelar suas ideias políticas grosseiras. Ruim, mesmo, só
para o debate político.
No horário eleitoral, Bolsonaro terá direito a apenas 9 segundos
diários. É o que basta para disparar muitos memes, enquanto suas ideias pré-históricas e propostas sem consistência ficam em segundo plano.
Qual a solução? Para começar, tempo igual e suficiente para que todas
as candidaturas exponham seus programas e ideias. Mais horário eleitoral
obrigatório, menos Jornal Nacional. Mais democracia, menos memes.
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