Voltando às recentes confusões entre
Estados Unidos e China, seria importante lembrar alguns fatos meio esquecidos
na relação entre as duas potências.
Nesse sentido, é bastante
esclarecedor o artigo “Raízes da guerra comercial entre EUA e China”, de
Francesco Sisci, professor da Renmin University of China. Publicado pelo “Settimana
News”, em 25/07/2018, o texto diz que tudo começou em 1971, quando Mao Tsé-Tung
deu boas vindas a Nixon em Pequim. A partir daí:
...a América ganhou um novo aliado
que poderia compensar a derrota política no Vietnã, e a China teria uma
recompensa ainda maior. Sob a ameaça de uma invasão por parte da União
Soviética, os Estados Unidos melhoraram dramaticamente a capacidade chinesa de
defesa aprimorando suas estratégias, táticas e armas.
Já sob Deng Xiaoping, a China ajudou
o exército americano na Guerra do Afeganistão, por exemplo. Não por acaso, os Estados
Unidos fizeram vistas grossas diante do massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989.
Essa relação especial com o
imperialismo ianque abriu caminho para que o gigante asiático desempenhasse
papel fundamental no posterior aprofundamento da globalização capitalista. Nesse período, a produção dos
Estados Unidos deslocou-se para a China, que também se tornou um enorme mercado
para a produção americana.
Tudo isso mostraria os equívocos da atual
política de Trump em relação à China. Mas Sisci também enxerga sérios problemas
do lado chinês.
A recente política de combate à corrupção
do presidente Xi Jinping teria desorganizado o sistema político e concentrado
ainda mais o poder. Aparentemente, eles têm uma espécie de Trump por lá também.
Se isso for verdade, melhor nem pensar nas consequências.
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