Doses maiores

8 de agosto de 2018

Bilionários do mundo preparam sua Arca de Noé

Douglas Rushkoff é especialista em autonomia humana na era digital. Em 01/08/2018, publicou artigo contando como foi convidado para dar uma palestra em um resort de alto luxo para poderosos executivos do mundo das finanças.

Qual era o grande objetivo dos participantes?

Seguindo o exemplo de Elon Musk e sua colonização de Marte, ou do envelhecimento revertido de Peter Thiel ou do projeto de Sam Altman e Ray Kurzweil de baixar suas mentes em supercomputadores, preparavam-se para um futuro digital que tinha muito mais a ver com a intenção de transcender a condição humana e se proteger do perigo real e presente da mudança climática, o aumento dos níveis do mar, os grandes fluxos migratórios, as pandemias globais, o pânico nacionalista ou o esgotamento dos recursos, do que com a construção de um mundo melhor. Para eles, o futuro da tecnologia na realidade consiste em uma coisa: a capacidade de fuga.

Para eles, diz Rushkoff, “a evolução humana reduziu-se a um videogame, no qual ganha a partida quem encontrar a janela de saída, levando junto com eles seus melhores amigos: Musk, Bezos, Thiel, Zuckerberg...”.

Essa corja parasita quer simplesmente deixar para trás o planeta, seus bilhões de pobres e remediados, e imensos problemas, muitos dos quais causados ou agravados por ela própria.

Rushkoff acerta ao dizer que “a condição humana não tem a ver com a sobrevivência ou saída individual. É um esporte de equipe. Qualquer que seja o futuro que aguarda a humanidade, afetará a todos nós”.

Mas bem que poderíamos sabotar essa Arca de Noé deles só pra vê-los afundar em pleno dilúvio.

Leia também: O dilúvio tupinambá e o desastre capitalista

4 comentários:

  1. Lembro muito de um comentário de um amigo, na época de lançamento do filme, sobre Blade Runner. A terra tinha se tornado o que seriam as nossas periferias hoje: inabitável. E eles, a burguesia, que fizeram essa desgraça, estavam se mudando para outros planetas, deixando a terra para os pobres e miseráveis. Curioso confrontar o nosso dilema de esquerda entre socialismo e barbárie; e o da burguesia entre a terra e outros planetas. Depois dizem que nós que somos sonhadores.

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    1. Sim! Irrealistas e utópicos no pior sentido são eles!

      Abraço

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  2. Eles não são utópicos, são distópicos... abraços

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    1. É, utópico no pior sentido seria melhor descrito como distópico, mesmo.

      Abraço

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