Doses maiores

10 de abril de 2013

China: potência ou bomba-relógio?

Como publicação séria e comprometida com os interesses do grande capital, o jornal Valor não tira os olhos da China. Desta vez, trouxe a longa reportagem “É hora da transição”, de Claudia Safatle, publicada em 05/04.

O texto focaliza os primeiros pronunciamentos dos novos presidente e primeiro-ministro do país. São Li Keqiang e Xi Jinping, respectivamente. Ambos confirmaram a intenção de mudar o perfil da economia chinesa. O atual modelo fortemente exportador cederia espaço à expansão do mercado interno.

Tal mudança incluiria ainda duas outras transições. A economia sob pesado planejamento central se abriria mais ao mercado. E a preponderância rural de sua distribuição populacional daria lugar a uma sociedade urbana e industrializada.

As mudanças devem ser lentas e seguras. É o que espera não só o governo chinês, mas todos os governos do mundo. Não estamos falando apenas da fábrica do planeta, em que qualquer alteração na produção mexe com toda economia mundial. Trata-se também de um país com 1,3 bilhão de habitantes. Destes, 130 milhões vivendo abaixo da linha de pobreza e 800 milhões pouco acima dela.

O jornal ouviu Zhang Yuyan, diretor do Instituto de Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais. Ele afirma que a China está em plena “transição do planejamento central para uma economia de mercado socialista”.

Mesmo que não fique claro o que seria uma “economia de mercado socialista”, o mais provável é que signifique um aprofundamento das relações capitalistas e suas contradições. A potência demográfica também pode se tornar uma bomba-relógio social.

Leia também: O capitalismo chinês começou com Mao

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