Zaccone explica sua posição:
No Brasil, de acordo com
dados da Anistia Internacional, em 2011, só nas cidades do Rio de Janeiro e São
Paulo, se matou mais do que em todos os países que têm pena de morte
autorizada. Todas essas mortes provocadas por ações policiais pelo sistema
penal têm como marca de legitimidade a condição do morto como traficante. Então,
esta guerra produz letalidade, encarceramento em massa de pessoas que são as
mais vulneráveis do extrato social. É uma guerra injusta e há muito tempo
incentivada, apoiada e produzida pelo Estado brasileiro.
Com razão, ele diz que pobre
preso com droga é traficante. Rico, é usuário. Mas diz que a atual política
carioca de pacificação também não é solução:
Pacificação vem desde Duque
de Caxias, que foi o grande pacificador, passa pelo Marechal Rondon com os
índios, depois, Canudos, com a pacificação dos seguidores de Antônio
Conselheiro, e no Araguaia até chegarmos ao modelo de hoje das UPPs (Unidades
de Polícia Pacificadora) no Rio de Janeiro. Temos que ter uma visão mais
crítica de como vai se estabelecendo o paradigma bélico de uma pacificação como
forma de construção do Estado brasileiro. E a guerra às drogas está nesse
contexto.
Zaccone acredita na
democratização das polícias. Mas não será isso que acabará com a vocação
sanguinária delas. Só o seu desmantelamento pode começar a mudar realmente as
coisas.
Leia a entrevista, clicando aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário