No final dos anos 1980, os ideólogos do
capitalismo começaram a dizer que a história tinha acabado. A queda do Muro de
Berlim e a decadência soviética seriam as maiores provas. Só restava o capitalismo,
diziam. Era a vitória do pós-modernismo.
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potência ou bomba-relógio?
Nessa mesma época, a China dava os
primeiros passos para tornar-se potência econômica no século 21. Mas poucos viriam
a atribuir o sucesso chinês a sua “economia comunista”. Afinal, o que não
faltam lá são empresas capitalistas bombeando lucros para o ocidente. Seu comunismo
não passa de capitalismo de estado disfarçado de socialismo.
Apesar disso, a China acabou desmentindo
muitas lendas pós-modernas. Uma delas era a de que a classe operária está
desaparecendo. Há mais operários chineses hoje que em toda a história do
capitalismo. Outra lenda: a indústria não era mais a locomotiva da economia
mundial. Basta que a imensa linha de montagem chinesa desacelere para que todo
o planeta fique à beira da recessão.
Mais uma: a exploração brutal de trabalhadores
deu lugar à atividade criativa de “colaboradores” assalariados. Mas a economia
mundial vive da superexploração da força de trabalho chinesa. Uma exploração que
torna as matérias-primas tão baratas que permite piratear ovos.
É isso mesmo. O caso está na matéria “Ovo
made in China”, de Janaína Silveira, publicada na revista Superinteressante de
março passado. Além dos ovos, também são pirateados melancias e leite em pó. Seu
consumo pode matar e causar doenças e mutilações. As melancias são tão
carregadas de química que chegam a explodir.
A China mostra até onde pode chegar o
capitalismo. E é monstruoso.
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