Doses maiores

15 de abril de 2013

Quem disse que parlamentar não trabalha?

A grande imprensa gosta de reproduzir a ideia de que vereadores, deputados, senadores não trabalham. E costuma denunciar as constantes faltas dos parlamentares às votações. Por exemplo, em 2012, deputados federais faltaram em média 74 dias de um total de 91 sessões obrigatórias.

Mas quem disse que os faltosos não estão trabalhando? A grande maioria deles está em suas “bases eleitorais”. Com os pobres, fazem politicagem com pequenos favores e promessas falsas. Com os ricos, acertam a apresentação de projetos que atendam a seus interesses. Só aparecem pra votar o que combinaram com seus patrocinadores.

Quando o falecido PT começou a disputar eleições, a proposta não era eleger campeões de presença em plenário. Ao contrário, esperava-se que os parlamentares ficassem em suas bases sociais a maior parte do tempo. Apoiando greves, ocupações, campanhas e as lutas populares em geral.

O aparecimento de petistas na lista de parlamentares exemplares foi um dos primeiros sintomas do que o PT se tornaria: um partido comportadinho, que só se mantém próximo das lutas populares para manter suas bancadas e governos. Em nome disso, engolem sem queixas a aprovação de leis contrárias aos interesses da maioria da população.

A direita já não precisa trabalhar tão duro para acabar com os direitos trabalhistas, por exemplo. A base parlamentar do governo Dilma faz questão de ajudar. Ameaçam apresentar um projeto criando o chamado "Acordo Coletivo Especial", que propõe “flexibilizar” as leis trabalhistas. Na prática, cortar direitos dos trabalhadores.

Mas nem todos os trabalhadores serão atingidos. O projeto não inclui os engravatados de Brasília que não param de trabalhar contra nós.

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