Por exemplo, governo e grande imprensa
dizem que a crise que mundial não chegou ao Brasil. Mas isso não impediu que um
pacote de bondades fosse ofertado aos empresários através do banco estatal. O pior
é que desde o primeiro estouro da crise, em 2008, o dinheiro para empréstimos
do BNDES “passou a sair majoritariamente dos cofres do Tesouro Nacional”.
Com a desculpa de evitar contaminação da
economia interna pela crise mundial, o BNDES já sugou quase R$ 300 bilhões do
Tesouro desde 2009. Os financiamentos a particulares passaram “de R$ 37,4
bilhões em 2002, último ano de governo do Fernando Henrique, para R$ 168,4
bilhões em 2010 ou R$ 156 bilhões no ano passado”.
O resultado é uma montanha de créditos a
receber pelo BNDES que encerrou 2012 em R$ 700 bilhões. Diante disso, a agência
de classificação de risco americana Moody"s rebaixou a nota de confiança
do banco. Alega que a instituição distribuiu um volume exagerado de créditos em
relação ao tamanho de seu capital. Com clientes como Eike Batista, fica difícil
discordar.
Santos encerra o artigo com a seguinte
pérola: “Quem sabe a avenida Chile [onde fica o BNDES, no Rio] não venha a
exibir também a estátua de um touro, como a que figura no coração do
capitalismo privado mundial”. Exagero, claro. Mas não estamos livres de ver a vaca
afundar no brejo, levando junto muito dinheiro público.
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