A ocupação aconteceu em protesto contra o
Projeto de Emenda à Constituição 215. A proposta quer transferir para um
Congresso dominado por ruralistas as decisões sobre as terras indígenas.
Mas não faltam outros motivos para a
indignação indígena. Na véspera do Dia do Índio, a organização “Survival
International” cobrou do governo brasileiro ação em defesa dos índios da etnia
Awá, no Maranhão. Eles pertencem ao grupo populacional mais ameaçado de
extinção no mundo. Um juiz federal determinou a retirada de madeireiros e
outros invasores de suas terras até o final de março passado. A decisão foi
simplesmente ignorada e nada foi feito.
No próprio Dia do Índio, reportagem de
Daniela Chiaretti, publicada pelo jornal Valor, informava que “152 terras
indígenas na Amazônia estão potencialmente ameaçadas por projetos de
mineração”. Enquanto isso, o “Movimento Xingu Vivo para Sempre” permanece em
luta contra a construção da usina de Belo Monte no rio Xingu. E uma Força
Nacional cerca os índios mundurukus no Rio Tapajós, onde outra usina deve ser
construída.
Motivos para comemorar? Apenas o
crescimento da organização dos indígenas e a radicalização de suas lutas. São
mais de 400 organizações indígenas no Brasil, hoje. Que continuem a ocupar ruas
e gabinetes em defesa das terras a que sempre tiveram direito. Que coloquem
para correr os verdadeiros invasores e sua ação destruidora.
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