Entre outros estudos, ele cita o “II
Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil”, feito
em 2005 pelo Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas da
Universidade Federal de São Paulo.
Os dados mostram que 0,7% dentre 8 mil
entrevistados já havia feito uso de crack na vida. Mas o consumo de álcool
obteve 74,6% das respostas e o de tabaco, 44%. E entre as drogas ilegais, a
maconha aparece com 8,8%, e a cocaína, com 2,9%.
É verdade que consumidores de crack morrem
mais. Mas segundo o estudo “Causa mortis em usuários de crack”, do
Departamento de Psiquiatria da Unifesp, de 2006, os óbitos estavam muito mais
relacionados “à violência e à vulnerabilidade às doenças infectocontagiosas do
que propriamente ao consumo da substância”.
Segundo Sergio Alarcon, psiquiatra e doutor
em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, o crack
incomoda porque “desnuda a miséria humana para muitos daqueles que certamente
prefeririam mantê-la na invisibilidade”.
Devolver essa miséria às sombras é um dos
objetivos da atual campanha de captura brutal dos usuários de crack. Outro é
“limpar” os centros urbanos decaídos para viabilizar grandes empreendimentos imobiliários.
Tudo com o apoio venenoso da grande imprensa.
O crack é uma praga, mas o pior de seus
efeitos são as soluções adotadas pelas autoridades.
Leia também: Doping
mental e capitalismo
Some tudo isso citado no texto com a hipocrisia da sociedade. Se de um lado o crack deixa invisivel a miséria humana de outro a sociedade omite e apoia o que a mídia tenta esconder.
ResponderExcluirExato, Celsão.
ExcluirAbraço
Caro Sérgio, parabéns pelo texto. Há como ter acesso ao artigo do André Antunes na revista da Poli?
ResponderExcluirhttp://www.epsjv.fiocruz.br/index.php?Area=Noticia&Num=735
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