Em 17 de abril de 1996, acontecia o
massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Nessa data, foram mortos 21
trabalhadores sem-terra que participavam de uma manifestação pela Reforma
Agrária. As mortes foram obra da polícia em operação financiada pela mineradora
Vale do Rio Doce, que teve a circulação de seus caminhões dificultada pela
manifestação.
A culpa da Vale está documentada na
papelada do processo judicial sobre as mortes, segundo a reportagem
“Financiadora do massacre de Carajás, Vale é repudiada no Rio”. A matéria de
Vivian Virissimo foi publicada pelo jornal Brasil de Fato, em 17/04.
Dezessete anos depois, a Vale não continua
apenas impune. Também é uma das clientes preferenciais do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). E ampliou seu raio de ação. Faz
vítimas em outros lugares do mundo. É o que diz a reportagem “Polícia dispersa
protesto contra a Vale em Moçambique “, publicada pela BBC Brasil, em 17/04.
A matéria afirma que policiais dispersaram
um protesto de moradores que foram desalojados devido à instalação de uma mina
de carvão da Vale no país africano. “Os manifestantes bloqueavam desde a tarde
de terça-feira a ferrovia pela qual a empresa escoa sua produção”,diz o texto.
A Vale atropela populações pobres e
trabalhadores com apoio e financiamento de um banco estatal. Não seria o caso
de bloquear dinheiro público para uma empresa com uma ficha corrida dessas?
Claro que não. Parlamentares e governantes, com ficha suja ou não, não
permitiriam. A grande maioria deles está em seus postos graças ao financiamento
dessas corporações poderosas.
Leia também: Os
proprietários do Brasil e seus síndicos
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