Mas o debate “voltou à tona” devido à idade
do criminoso ou por escolha da grande imprensa? Afinal, devem acontecer dezenas
de crimes semelhantes por semana nas grandes cidades brasileiras. Mas poucos
envolvem vítimas de classe média e se prestam tão bem à pauta conservadora da mídia
comercial.
Por exemplo, apenas 1% dos “adolescentes
infratores” da Fundação Casa (antiga Febem), cometeu crimes contra a vida. Divulgada
este mês, a estatística recebeu divulgação bem mais discreta.
Na verdade, há uma opção clara pelo exagero
dramático dos crimes de menores pobres, em prejuízo de números que desmentem sua
suposta sanha assassina. Para a imprensa comercial, os 99% formados por adolescentes
que jamais mataram são representados por uma minoria cruel, mas insignificante.
É desse modo que a mídia grande influencia
a realidade. Apresenta um fato com grande destaque e, sob seu impacto, colhe
dados apenas para confirmar as teses que defende subterraneamente. É péssimo
jornalismo, sociologia vulgar e conservadorismo enrustido.
A imprensa empresarial fala muito de
impunidade, mas é ela que impunemente usa suas estatísticas tortas para criar o
clima de medo que alimenta o conservadorismo. Ajuda a justificar a violência
policial responsável pelo verdadeiro massacre de jovens negros e pobres nas
grandes cidades.
Leia também: “Mortes
de negros não chocam”
PARABENS, SERGIO.
ResponderExcluirTexto impecável.
Os porcos do PIG deveriam ler isso!
Não que fosse mudar algo na mente transtornada desses malfeitores.
Serviria apenas como um soco na fuça deles mesmo.
Brigadão, Bira!
ExcluirBraço!!
Massacres de jovens negros 99% cometidos por jovens negros!!!
ResponderExcluirNão, necessariamente, Davi. Em muitos casos, eles são vítimas também de policiais negros não tão jovens. A polícia, no Brasil, sempre teve como alvo principal os pobres negros. Ainda que muitas vezes eles realmente cometam crimes, a pena costuma ser desproporcional. Não raro, a morte.
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