“Mais rápido, mais rápido,
mais rápido”, diz o título da matéria de Alexandre Rodrigues publicada no
Valor, em 23/08. O artigo traz muitos dados interessantes. Um deles diz que “o
volume de informação produzida entre o início das civilizações e 2003 hoje é
criado a cada dois dias”. Outro afirma que “a percepção da passagem do tempo
para um jovem de 22 anos é 8% mais rápida do que para alguém da mesma idade um
século atrás”.
Mas engana-se quem pensa que
se trata de fenômeno recente. O próprio artigo lembra que em Paris, por volta
de 1900, “houve uma moda de andar com tartarugas em uma coleira, como forma de
protesto”.
A capital francesa já era um
centro capitalista e é aí que está a raiz do problema. O motor dessa aceleração
toda é a mercadoria, cuja circulação precisa ficar cada vez mais rápida para
manter elevadas as taxas de lucro da minoria exploradora. Já a maior parte do enorme
volume de dados destacado pelo executivo da Google está a serviço dos circuitos
monetários.
Para os meros mortais sobram
consequências bastante cruéis. Basta lembrar as várias horas que milhões de
trabalhadores perdem diariamente nos deslocamentos entre casa e trabalho. Ou a
correria que significa criar filhos, cuidar de casa, trabalhar e tentar
estudar. Principalmente, para as mulheres.
Daí a necessidade de
priorizarmos a luta pela redução da jornada de trabalho. Poderíamos até levar tartarugas
para nossas manifestações, não fosse o risco de que também acabassem vítimas da
violência policial.
Leia também: Reforma política e
redução da jornada
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