Chelsea Manning ficou famosa quando ainda a
chamavam de Bradley Manning e era soldado do Exército dos Estados Unidos. Nesta
condição foi preso e processado por divulgar informações sigilosas do governo
de seu país. Sua detenção aconteceu em 2010, enquanto ainda servia às tropas
americanas no Iraque.
No último dia 22/08, Manning declarou que se
considera mulher e pediu para ser chamada de Chelsea. A decisão é ainda mais corajosa porque a ex-soldado manteve a denúncia da política assassina do governo americano.
Estamos na iminência de mais uma possível
intervenção militar do imperialismo ianque. Desta vez, na Síria. Uma carta recentemente
divulgada por Chelsea talvez ajude a alertar para a necessidade de protestar
contra mais este ataque americano a um povo.
Com a desculpa de deter os massacres da
sangrenta ditadura Assad, as tropas estadunidenses pretendem promover suas próprias
matanças. Referindo-se à reação após o 11 de Setembro, Chelsea afirma em seu texto:
Prendemos indivíduos em Guantánamo por anos, sem os
devidos processos. Inexplicavelmente, fazíamos vista grossa às torturas e
execuções praticadas pelo governo do Iraque. E engolíamos muitas outras coisas
em nome da nossa guerra ao terror.
E citando o historiador Howard Zinn, Chelsea
repete uma de suas certeiras frases sobre as consequências do estúpido patriotismo
americano: “Não existe uma bandeira grande o suficiente para cobrir a vergonha
de matar tanta gente inocente”.
No título de sua carta, Chelsea diz: “Na guerra,
EUA esqueceram sua humanidade”. Mas a melhor parte da humanidade não esquecerá
o heroísmo de muitos filhos e filhas do povo estadunidense.
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