Doses maiores

14 de agosto de 2013

Os três cavaleiros do apocalipse europeu

A Grécia acaba de encerrar o vigésimo trimestre consecutivo de recessão econômica. O desemprego chegou ao recorde de 26,7%, quatro pontos acima do mesmo período de 2012. Enquanto isso, a dívida pública grega saiu dos 112% do PIB, em 2008, para previstos 176%, em 2013.

Tudo isso é obra das intervenções da “Troika”, que reúne Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia. Desde que elas começaram, em 2010, o desemprego aumentou mais de 129%. E os jovens amargam uma taxa de desocupação de 65%, a mais alta da União Europeia.

Mas já em 2012, havia quem antecipasse este cenário quase apocalíptico. Trata-se do documento de um coletivo político grego chamado “Committee of the Free State Movement”, algo como “Comitê do Movimento pelo Fim do Estado”.

O texto começa dizendo que as medidas impostas pela Troika jamais pretenderam melhorar a situação econômica grega. Ao contrário, o objetivo seria escravizar seu povo e destruir a nação. Seria produto de um novo “totalitarismo” que, talvez, se mostre “tão mortal e ainda mais perigoso do que a violência militar usada pelo nazismo de Adolph Hitler”. Segundo o documento:

...enquanto Hitler tentou subjugar os povos com violência crua, o totalitarismo atual usa meios de enganação e manipulação, que tiram proveito das realizações mais extraordinárias da ciência e da tecnologia do século 20. Esconde sua verdadeira agenda: um programa de destruição e uma ideologia da morte, embutidos na complexidade de mecanismos econômicos e financeiros modernos.

A mesma lógica valeria para Portugal, Itália, Espanha e Irlanda. Os três membros da Troika neoliberal espalham mais terror na Europa que os quatro cavaleiros do Apocalipse.

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