A Grécia acaba de encerrar o
vigésimo trimestre consecutivo de recessão econômica. O desemprego chegou ao
recorde de 26,7%, quatro pontos acima do mesmo período de 2012. Enquanto isso,
a dívida pública grega saiu dos 112% do PIB, em 2008, para previstos 176%, em
2013.
Tudo isso é obra das intervenções da “Troika”,
que reúne Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia. Desde que elas começaram, em 2010, o desemprego aumentou mais de 129%. E os jovens amargam uma
taxa de desocupação de 65%, a mais alta da União Europeia.
Mas já em 2012, havia quem antecipasse este cenário quase apocalíptico. Trata-se do documento de um coletivo político grego chamado “Committee
of the Free State Movement”, algo como “Comitê do Movimento pelo Fim do Estado”.
O texto começa dizendo que as
medidas impostas pela Troika jamais pretenderam melhorar a situação econômica grega.
Ao contrário, o objetivo seria escravizar seu povo e destruir a nação. Seria produto
de um novo “totalitarismo” que, talvez, se mostre “tão mortal e ainda mais
perigoso do que a violência militar usada pelo nazismo de Adolph Hitler”. Segundo
o documento:
...enquanto Hitler tentou
subjugar os povos com violência crua, o totalitarismo atual usa meios de
enganação e manipulação, que tiram proveito das realizações mais extraordinárias
da ciência e da tecnologia do século 20. Esconde sua verdadeira agenda: um
programa de destruição e uma ideologia da morte, embutidos na complexidade de
mecanismos econômicos e financeiros modernos.
A mesma lógica valeria para Portugal,
Itália, Espanha e Irlanda. Os três membros da Troika neoliberal espalham mais
terror na Europa que os quatro cavaleiros do Apocalipse.
Leia também: A Grécia como
laboratório da extrema-direita
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