Os episódios de violência da Polícia
Militar contra manifestantes voltam a ser frequentes. Há quem diga que a corporação
está descontrolada. Certo e errado. Errado, se com isso se quer dizer que as
tropas estão desorientadas. Certo, se se refere à insubordinação dos policiais
em relação a seus chefes legais, os governadores estaduais.
A moral política de Sérgio
Cabral não vale um cafezinho de boteco. O mesmo vale para Alckmin, Anastasia
etc. Por isso mesmo, é muito provável estejam tentando amenizar a violência
policial para não piorar sua situação. Mas também é bastante plausível que os
comandantes da polícia não estejam nem aí para seus apelos.
O fato é que a PM sempre agiu
com enorme truculência nas favelas e periferias. Mas, desde junho passado,
passaram a barbarizar também em bairros de classe média, incomodando não apenas
seus moradores. Até uma delegacia de polícia foi atacada pela PM no Rio de
Janeiro, recentemente.
Desde que foram criadas, as forças
policiais receberam dos governantes a tarefa prioritária de reprimir a pobreza
que se revolta. Com o golpe militar de 64, elas foram militarizadas e assim
permaneceram, mesmo após o fim da ditadura. O resultado é que só obedecem seus chefes
civis quando lhes convém.
A mesma impunidade de que se
beneficiam os carrascos do regime militar, preserva um conservadorismo brutal dentro
dos quartéis. Os representantes do poder político nada fizeram para impedir. Agora,
podem ter que pagar um alto preço por isso. A maioria de nós, já está pagando.
Leia
também: Amarildo
e a banalidade do mal
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