Doses maiores

19 de agosto de 2013

Polícia descontrolada. Só que não

Os episódios de violência da Polícia Militar contra manifestantes voltam a ser frequentes. Há quem diga que a corporação está descontrolada. Certo e errado. Errado, se com isso se quer dizer que as tropas estão desorientadas. Certo, se se refere à insubordinação dos policiais em relação a seus chefes legais, os governadores estaduais.

A moral política de Sérgio Cabral não vale um cafezinho de boteco. O mesmo vale para Alckmin, Anastasia etc. Por isso mesmo, é muito provável estejam tentando amenizar a violência policial para não piorar sua situação. Mas também é bastante plausível que os comandantes da polícia não estejam nem aí para seus apelos. 

O fato é que a PM sempre agiu com enorme truculência nas favelas e periferias. Mas, desde junho passado, passaram a barbarizar também em bairros de classe média, incomodando não apenas seus moradores. Até uma delegacia de polícia foi atacada pela PM no Rio de Janeiro, recentemente.

Desde que foram criadas, as forças policiais receberam dos governantes a tarefa prioritária de reprimir a pobreza que se revolta. Com o golpe militar de 64, elas foram militarizadas e assim permaneceram, mesmo após o fim da ditadura. O resultado é que só obedecem seus chefes civis quando lhes convém.

A mesma impunidade de que se beneficiam os carrascos do regime militar, preserva um conservadorismo brutal dentro dos quartéis. Os representantes do poder político nada fizeram para impedir. Agora, podem ter que pagar um alto preço por isso. A maioria de nós, já está pagando.

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