“Jihadista significa um fiel
muçulmano que é obediente à ordem divina de se comprometer com a luta pela
justiça, inclusive militarmente”. Estas palavras foram ditas pelo padre
católico Paolo Dall'Oglio, em abril passado, em uma reunião realizada em Roma,
na Itália.
Referem-se aos adeptos do
Jihad, conceito islâmico que pode ser traduzido por “esforço” ou “empenho”. Costuma
ser traduzido pelos imperialistas como “ódio” ou “fanatismo” sangrentos para justificar
sua perseguição aos povos muçulmanos.
Há 30 anos, vivendo na Síria,
Dall'Oglio luta pela convivência pacífica entre as três religiões abraâmicas no
país e na região. Ou seja, entre judeus, cristãos e muçulmanos, que teriam como
patriarca comum o personagem bíblico Abraão.
Em 2012, Dall’Oglio foi
expulso da Síria por apoiar a luta contra a ditadura Assad. Voltou ao país recentemente
e foi sequestrado pelo que a imprensa internacional considera ser uma versão síria
da Al Qaeda.
O padre não deixa dúvidas quanto
ao que pensa do governo sírio. Chegou a comparar a luta contra o regime à
resistência italiana contra o fascismo. Mas reconhece que na guerra que sangra
a Síria a maior vítima tem sido o povo. Os principais responsáveis, o imperialismo
e Assad.
Antes de desaparecer, Dall'Oglio
enviou uma carta aberta ao Papa Francisco. Pedia que o pontífice lidere uma
“iniciativa diplomática” pelo fim do regime, manutenção da unidade nacional com
diversidade religiosa e fim dos “extremismos armados”.
Talvez, a proposta seja ingênua.
Dificilmente, o Vaticano se meterá nessa confusão, pisando nos calos de
potências imperialistas. Mas eis aí um sacerdote que faz bem mais do que sorrir
para as multidões e beijar criancinhas.
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