Em 01/08, o jornalista José Roberto de
Toledo comentou resultado de pesquisa realizada pelo Ibope sobre confiança nas
instituições. Trata-se do Índice de Confiança Social, divulgado anualmente pelo
instituto desde 2009.
No artigo intitulado “Protestos derrubam
credibilidade das instituições”, Toledo destaca que das 18 instituições
pesquisadas, todas se tornaram menos confiáveis. A lista inclui o Corpo de
Bombeiros, partidos, igrejas, empresas, sindicatos, Organizações Não
Governamentais (ONGs), imprensa, governo federal, prefeituras, Congresso
Nacional e Judiciário.
O título do artigo sugere que essa perda da
confiança ocorreu por causa das jornadas de junho. Mas é mais provável que
tenha sido o inverso. As manifestações ocorreram exatamente pela queda da
credibilidade das instituições junto à população. E a fraca reação delas só confirmou
e acentuou aquela tendência.
O fato é que, há algum tempo, as instituições
já não conseguem esconder seu caráter de instrumentos a serviço de uma minoria.
É o resultado de décadas de total entrega do Estado aos interesses do mercado. O
que ainda salva as aparências é a ideia de que o problema todo é a ação dos corruptos.
Enquanto isso, praticamente todos os setores
da esquerda continuaram a apostar na institucionalidade. Daqueles que estão nos
governos aos que lhes fazem oposição. Dos que atuam em partidos aos que estão
nos movimentos sindical e popular.
Não se trata apenas da institucionalidade
puramente estatal. Também inclui quem vive dela, direta ou indiretamente. Sindicatos,
ONGs e outras entidades, dependentes de drogas como o imposto sindical, verbas e
subsídios públicos.
Que as jornadas de junho nos tenham
atropelado não é o pior. O pior será continuarmos na contramão.
Leia também: Polícia
esclarecida. Só que não
Nenhum comentário:
Postar um comentário