O Estado ouviu analistas,
representantes de governos, bancos e acadêmicos. Todos, de forma unânime, têm a
mesma opinião: uma saída da Grécia terá um impacto global pelo menos
equivalente à quebra do banco americano Lehman Brothers, em 2008, e o euro,
ainda que sobreviva, não será o mesmo (O Estado de S. Paulo, 20/05).
Reportagem de Assis
Moreira para o Valor, publicada em 21/05, traz aviso semelhante. Compara a
saída grega do Euro às crises russa, de 98, e argentina, de 2002. É por isso que
a recente reunião da cúpula do G-8 decidiu fazer tudo para impedir que isso aconteça.
Mas não se trata apenas
de contágio. Artigo de Luiz Carlos Mendonça de Barros, publicado no Valor de
21/02, ajuda a entender. Segundo ele, quando o euro foi criado, seu valor representava
1,96 marcos alemães. No caso da Grécia, cada euro valia 340 dracmas.
Trocando em miúdos, a economia
alemã era muito mais graúda que maior parte das economias do continente. A
adoção do euro significou a transformação delas em mercados cativos do
capitalismo germânico.
Por outro lado, se a melhor decisão é sair do
Euro, o preço a ser pago será alto. A catástrofe econômica para os gregos é quase
certa. E já sabemos quem sofreria mais.
É por isso que há setores
do empresariado grego que já admitem abandonar a união monetária. Eles sabem que
podem transferir a conta dos prejuízos para a classe trabalhadora.
Se for necessário matar
a galinha para chegar a seus ovos de ouro, não hesitarão. Por isso, o desfecho
dessa situação não se dará no campo econômico. Será decidido pela luta de classes.
Leia também: A Europa corroída por sua moeda
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