Há pouco mais de um ano, visitei uma
fábrica inteiramente robotizada, sem operários, na Coreia do Sul. Dedicada à
produção dos mais modernos displays e monitores de televisores, essa unidade
fabril não emprega nenhum trabalhador na área de manufatura: conta apenas com
uma dúzia de supervisores de qualidade e software.
Ele também cita reportagem
da revista britânica “The Economist”, que apresenta como exemplo a unidade
inglesa da Nissan, em Sunderland. Segundo a publicação, a fábrica “produzia 271
mil carros com 4.600 pessoas em 1999. No ano passado, a mesma fábrica produziu
480 mil veículos com apenas 5.462 empregados”.
“Para onde vão os
empregos eliminados nesse processo?”, pergunta o jornalista. Ele mesmo oferece
uma resposta mais que duvidosa:
Vão para as áreas de serviços,
começando pelos mais sofisticados, como os de educação, pesquisa, projetos,
controle de qualidade, saúde, entretenimento, artes, comunicações e os de
cuidados pessoais. Por isso, a fábrica sem operários não traz, necessariamente,
o pesadelo do desemprego inexorável e epidêmico.
No final, Siqueira cita
Marx:
Imagino aqui como seria uma versão
2012 do Capital, de Marx, reescrita depois do desmoronamento do comunismo
soviético, da ascensão da China e, principalmente, da revolução digital. Será
que ele ainda faria uma proposta socialista?
Talvez, a resposta
esteja no próprio Capital. No volume I, no capítulo 13, Marx diz:
Quando a máquina-ferramenta, ao
transformar a matéria-prima, executa sem ajuda humana todos os movimentos necessários,
precisando apenas da vigilância do homem para uma intervenção eventual, temos
um sistema automático, suscetível, entretanto, de contínuos aperfeiçoamentos.
Ou seja, a robotização
já era uma possibilidade concreta. Nem por isso, Marx deu qualquer sinal de que
a proposta socialista estaria superada. Ao contrário, é exatamente esse tipo de
avanço tecnológico que permitiria uma sociedade livre do trabalho alienado,
cansativo e mórbido. É que a época de Marx é a nossa época.
Os empregos vão para a área de serviços (nada sofisticadas), com jornadas de trabalho absurdas, sem descanso, trabalhando a mais de 1 hora de casa, nas funções de vigilantes, porteiros, atendentes, vendedores... servindo à elite. Como é bom o capitalismo né? [irônico]
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