O artigo “A Transposição e a Seca” de Roberto
Malvezzi foi publicado pelo site “São Franscisco Vivo”, em 16/05. O texto critica
a lentidão quase paralítica que vem caracterizando a obra. Diz que o custo do
empreendimento:
...já supera oito bilhões de reais,
sem por uma gota d’água a quem quer que seja. Ao contrário, destruiu açudes e
cisternas por onde os canais já passaram, aumentando a penúria da população que
esperava aquela água como redenção de suas vidas.
Pior que isso foi a
opção que o governo Lula fez quanto à região a ser atingida pela obra. Segundo
o autor, governos e parte da mídia:
...afirmavam que a Transposição iria
levar água para o “semiárido”, desconhecendo totalmente a pertença da Bahia,
Sergipe, Alagoas, Piauí, Maranhão e Norte de Minas ao mesmo semiárido.
Mas a atual seca, diz
Malvezzi:
...começou em território baiano,
onde qualquer estudante de geografia do Brasil, ensino primário ou médio, sabe
que estão 40% do semiárido brasileiro. A Transposição, mesmo que funcionasse ou
venha funcionar um dia, aponta na direção exatamente contrária ao território
baiano. Aponta para Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Ele afirma ainda que
todas “as águas estocadas na Bahia cabem num único açude do Ceará”. Ao mesmo tempo,
70% dos açudes cearenses estão cheios. Lá, o problema não é a falta de água, mas
sua distribuição.
Distribuir seria o
objetivo da obra do São Francisco. Transferir água de um lugar em que ela sobra
para onde faz muita falta. Do modo como vem sendo feita, a transposição não combate a
escassez de um lado e agrava a seca do outro.
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