Agora, a disputa é
entre Ahmad Shafiq, ligado a Mubarak e o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed
Morsi. Este último não era a melhor opção. O candidato da esquerda revolucionária
era Hamdeen Sabbahi, que conseguiu mais de 21% dos votos. Votação expressiva,
mas insuficiente.
A Irmandade Muçulmana
tem posições bastante ruins, é verdade. Mas é um movimento muito contraditório.
Muitos de seus seguidores estiveram nas batalhas que derrubaram Mubarak. Lutaram
lado a lado com os revolucionários. E o fato é que Shafiq representa a
continuidade do odioso regime dos militares que governou o país por 40 anos.
Diante disso, a organização
egípcia Movimento dos Socialistas Revolucionários, ligada à tendência Socialismo
Internacional, declarou seu apoio ao candidato muçulmano. Mas apresentou as
seguintes condições:
1. Formação de uma coalizão
presidencial que inclua como vice-presidentes Hamdeen Sabbahi e Abd-al-Moneim
Abu-al-Fotouh (candidato islâmico moderado).
2. A nomeação de um
primeiro-ministro de fora das fileiras da Irmandade e a formação de um governo
que inclua todo o espectro político, incluindo os coptas (cristãos egípcios).
3. Aprovação de uma lei sobre as
liberdades sindicais que apoie claramente o pluralismo e a independência do
movimento dos trabalhadores, ao contrário do que pretende projeto de lei
proposto pela Irmandade.
4. Que a Irmandade e outras forças
políticas lutem por uma Constituição que garanta justiça social, direito à
saúde e educação gratuitas e de qualidade, direito à greve, manifestações e
ocupações pacíficas, direitos públicos e individuais para todos os cidadãos, e
a legítima representação de mulheres, coptas, trabalhadores e juventude na
Assembleia Constituinte. Voltamos a apelar para que a Irmandade Muçulmana e
todas as forças políticas coloquem a revolução acima de interesses partidários
e se unam contra Shafiq, sob risco de torná-la presa fácil de seus inimigos.
A íntegra da declaração
pode ser lida aqui, em inglês.
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