O texto trata do uso de
medicamentos nootrópicos. Em grego antigo, "noos" significa intelecto.
Eles são diferentes dos psicotrópicos, que atuam sobre a “psyche”, que diz
respeito às emoções. Mas as coisas não param por aí:
Além dos medicamentos, também se dissemina o tratamento de choque feito em casa. Quem obtiver uma receita médica nos EUA pode adquirir, por US$ 600, um aparelho que estimula diretamente o cérebro, mais precisamente o córtex frontal, por meio de eletrodos e uma corrente contínua de até nove volts.
O assustador nem é o
caráter artificial de tudo isso. Nossa espécie vive tentando superar seus limites
naturais, incluindo os da percepção. O problema é que já não se trata de buscar
novas sensações, como no caso dos alucinógenos. A finalidade é puramente competitiva.
A matéria mostra o caso
de um candidato ao cargo de diplomata. Ele diz que “em concursos como este, em
que cada décimo de ponto faz toda a diferença, se eu puder atribuir uma única
resposta certa aos remédios, já valeu a pena." Também diz que esse doping
mental:
... apareceu nos anos 1990, com estudantes universitários americanos. Eles passaram a tomar modafinil e metilfenidato (que combate o déficit de atenção) para obter notas melhores. Hoje, começam a aparecer indícios de propagação para o mercado de trabalho. No californiano Vale do Silício, onde a velocidade de raciocínio é de longe o maior ativo profissional, o modafinil ficou conhecido por "droga do empreendedor" e "cocaína do século XXI".
Ou seja, a meta é produzir
mais e por mais tempo. Elevar a produtividade mesmo que isso leve a
dependência, doenças e sequelas. Ao contrário de outras drogas, o doping mental
afunda o usuário na vida profissional. Enterra sua existência na ordem social
competitiva, mais conhecida como capitalismo.
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