A partir do impeachment, alguns comandantes militares começaram a enxergar em Bolsonaro sua grande chance de ocupar o centro do poder. Com Lula inelegível, essa chance melhorou muito.
Mas ainda restava providenciar a “neutralização da concorrência no campo da direita”, diz Piero Leirner, em seu livro “O Brasil no espectro de uma guerra híbrida”.
Desse modo, em fevereiro de 2018, ocorreu a intervenção Federal no Rio de Janeiro, sob comando do general Braga Netto. Esse tipo de operação impede votações de emendas constitucionais no Congresso.
Assim, a reforma da Previdência, que era uma forte bandeira de Temer, foi inviabilizada. E a dupla Bolsonaro/Paulo Guedes, começou a ser vendida ao grande capital como a única capaz de aprová-la.
Por outro lado, a intervenção funcionava como um recado subliminar de como o País poderia ficar melhor sob comando militar. Apesar de seus resultados fracos, a grande imprensa reproduziu amplamente o discurso do general Villas Boas saudando a operação como um exemplo de que “nenhum problema no Brasil é insolúvel”
Nessa altura, todo o grupo que articulou diretamente o impeachment estava neutralizado: Eduardo Cunha preso, Temer arrasado pela gravação de Joesley, o PSDB pulverizado.
Em abril de 2017, Moro foi condecorado na “Semana do Exército”. Em setembro de 2018, o general Fernando Azevedo e Silva foi nomeado Assessor Especial de Dias Toffoli, presidente do STF.
Tempos depois, a revista Época revelou que Silva participou da formulação de propostas para a campanha de Bolsonaro e ofereceu almoço a seu vice, general Mourão.
Se Bolsonaro era capitão do pelotão do ódio, os generais comandavam o exército da inteligência.
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"...os generais comandavam o exército da inteligência." Pero no mucho.
ResponderExcluirOlha, eu acho que sim, viu. Deram um nó na gente, usando um nó cego como o Bolsonaro pra isso. Não é pra qualquer um.
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