Em setembro do ano passado, o Financial Times defendeu um “recomeço” para o capitalismo. Para o diário ultraliberal, o “capitalismo de livre iniciativa mostrou uma capacidade notável para se reinventar”. Mas às vezes, “é necessário reformar para preservar. Hoje, o mundo chegou a esse momento. É tempo para um reinício".
Reinício em inglês pode ser “reset”. E foi esse o termo utilizado por Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, em uma reunião realizada em junho de 2020. Entre os participantes, o Príncipe Charles, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, e executivos da Mastercard e Microsoft.
Schwab defendeu o que chamou de “Great Reset” e apontou como seu gatilho a Covid-19, cujo impacto teria aberto uma “oportuna janela” para centrar as novas tecnologias “do mundo digital, biológico e físico no homem”.
Não demorou para que a extrema-direita surgisse com uma teoria da conspiração nas redes virtuais. Segundo ela, o tal reset nada mais seria que a implantação do comunismo global.
Delírios à parte, o fato é que o capitalismo já sofreu outros “reinícios” e o gatilho de um deles realmente tem a ver com o comunismo. Quando a Revolução Russa abalou o mundo, foi preciso preparar uma resposta rápida.
Há quem diga que essa resposta viria a ser a adoção da economia keynesiana. Mas a teoria de Keynes jamais sairia do papel sem a Segunda Guerra Mundial e esta foi produto da reação fascista ao avanço das lutas dos trabalhadores, evidenciado pelo surgimento da União Soviética.
O capitalismo não precisa de um reset. Precisa de um shutdown.
Leia também: Pandemia e oportunismo: veio a guerra, veio a peste
Boa, é isso mesmo.
ResponderExcluirValeu!
Excluir