Doses maiores

8 de outubro de 2024

Capitalismo fóssil: só danos, sem redução

Desde o século 19, a relação entre o crescimento do capitalismo e o aumento das emissões de gases de efeito estufa tem sido muito estreita. Esses gases liberam muito carbono na atmosfera devido ao uso excessivo de combustíveis fósseis.

Combustíveis fósseis estão presentes na produção de alimentos, roupas, moradias, aquecimento, remédios, transporte, comunicações, entretenimento e muito mais. O capitalismo nasceu e sempre foi fóssil, afirma Ian Angus em seu livro “Enfrentando o Antropoceno”.

Estudos realizados por diversos grupos ambientalistas demonstram que é perfeitamente plausível uma transição completa para combustíveis renováveis e sem carbono. Mas a um custo estimado em US$ 100 trilhões. Muito caro?

Durante a Segunda Guerra, foram produzidos cerca de 6 mil navios, 850 mil aviões, 5 milhões de tanques, 8 milhões de armas de grande porte e as bombas atómicas. Tudo em apenas seis anos e ao custo de muitos trilhões de dólares. O mesmo esforço poderia ser feito em relação à troca das matrizes energéticas? Sim, mas não sob o capitalismo.

O fato é que os combustíveis fósseis são a força motriz que garante ao capitalismo lucros nos níveis necessários para sua reprodução. O problema é que essa reprodução beneficia apenas uma pequena maioria e ainda causa os mais terríveis efeitos colaterais para o restante de nós. É só olhar em volta para constatar isso.

O capital é viciado em lucros e dependente de petróleo, gás e carvão. Mas quem sofre com essa relação patológica é a imensa maioria da humanidade. Ficamos com cada vez mais danos, sem qualquer redução. O capitalismo é uma droga de que precisamos nos livrar urgentemente.

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