Doses maiores

30 de janeiro de 2025

Trump, Debord e a prevalência do falso

No mundo realmente invertido, a verdade é um momento do falso.

(...)

O conceito de espetáculo unifica e explica uma grande diversidade de fenômenos aparentes. As suas diversidades e contrastes são as aparências desta aparência organizada socialmente, que deve, ela própria, ser reconhecida na sua verdade geral. Considerado segundo os seus próprios termos, o espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a vida humana, isto é, social, como simples aparência. Mas a crítica que atinge a verdade do espetáculo descobre-o como a negação visível da vida; como uma negação da
vida que se tornou visível.

Os trechos acima são do livro “A sociedade do espetáculo” do marxista francês Guy Debord. A obra é de 1967. Na época de seu lançamento, muita gente deve ter sentido dificuldades em entender os fenômenos que a obra abordava. Desde então, sua compreensão ficou bem menos difícil. Nos últimos dez anos, suas afirmações são quase uma descrição da realidade objetiva. A recente volta de Donald Trump à frente do governo mais poderoso do mundo deve tornar os momentos verdadeiros ainda mais raros, enquanto promove catástrofes e tragédias cada vez mais reais e concretas.

Leia também: A sociedade do espetáculo é capitalismo atualizado

Um comentário:

  1. Deu para entender, mas lendo a seco realmente fica difícil, com a realidade como exemplo realmente fica mais simples.

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