Em 1967, os jornalistas Kerry Thornley e Robert Anton Wilson começaram a enviar cartas falsas de leitores à revista Playboy, onde trabalhavam. A correspondência era sobre uma organização secreta de elite chamada Illuminati.
A Ordem dos Illuminat realmente existiu na Alemanha do século 18. Ela reunia um grupo de intelectuais que defendiam a substituição da religião pela ciência como principal elemento de orientação da sociedade. A proposta era ousada demais para a época, os membros foram perseguidos e a organização não durou muito tempo.
Quando Thornley e Wilson decidiram usar o nome dos Illuminat a ideia era ridicularizar as teorias que atribuíam a conspirações organizadas por seitas e confrarias problemas, frustrações, fraudes e crimes que sempre foram obra dos aparelhos públicos e privados da classe dominante. Imaginavam que a ideia era louca demais para ser levada a sério.
Quase 60 anos depois, já sabemos que a ideia deu muito errado. Mas não se trata de atribuir a atual enxurrada de mentiras, falsificações e delírios perigosos a serviço do fascismo a uma brincadeira de dois jornalistas. Eles só não sabiam que sua iniciativa se combinaria com os elementos da paranoia que já tomava conta da sociedade e contribuiria para acelerar a reação em cadeia que veio a dar nos desatinos e aberrações contemporâneas.
Para entender melhor essa história toda, vale a pena ver um documentário de Adam Curtis chamado “Can't Get You Out of My Head” (Não consigo tirar você da minha cabeça). Clique aqui para assistir.
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Que louco
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