Doses maiores

4 de junho de 2019

Os 50 anos da resistência gay de Stonewall

Em junho de 1969, estourava uma revolta no bar Stonewall, no Greenwich Village, Nova York. Foram seis noites de manifestações violentas.

O lugar era muito frequentado por gays pobres. Batidas policiais abusivas eram constantes. Mas a daquela noite acendeu o estopim.

Uma das lideranças surgidas naquele momento foi Sylvia Rivera. Segundo ela:

Fomos levados para fora do bar e a polícia nos encurralou. As pessoas começaram a jogar moedas nos policiais. Mas depois foram arremessadas garrafas. Nós não íamos mais aguentar aquela merda quietos.

Começaram a aparecer sem-tetos gays que viviam no parque, próximo ao bar. E, atrás deles, vieram as drag queens e depois veio todo mundo da região.

Muitos dos revoltosos eram latinos, como a própria Sylvia, ou negros, como sua amiga e camarada Marsha P. Johnson. A partir do tumulto, foi formada a Gay Liberation Front (GFL), com o seu próprio programa em defesa da revolução.

Sylvia e Marsha também ajudaram a formar a STAR (Street Transvestites Action Revolutionaries) que ocupou um prédio vazio para servir de moradia e base organizativa para travestis moradores de rua.

Em 1971, aconteceu a Convenção Revolucionária do Povo, na Filadélfia. Os Panteras Negras estavam presentes. Sylvia reuniu-se com seu líder, Huey Newton. Segundo ela, Newton concordou que grupos como GLF e STAR deveriam ser apoiados, pois eram revolucionários.

Cada um desses momentos de luta e organização devem ser sempre lembrados. Principalmente, quando mostram que é possível unificar a resistência de todas as vítimas da exploração e opressão capitalistas.

Mais informações podem ser encontradas em When gays and Panthers were United.

Leia também: Os Panteras Negras contra a homofobia

Um comentário:

  1. Descobri essa pílula nesse momento e o que li foi um lisonjeio. Faço parte de movimentos LGBTQs daqui e de minha cidade em MG (Movimento Gay de Minas), que ultimamente sofrem pressão ideológica dos governantes atuais.
    Embora soubéssemos que essa pressão fosse coerente com valores socioculturais historicamente construídos desde a colonização, e o período petista sequer tenha se preocupado em estabelecer uma educação combativa, nós desses movimentos organizativos concluímos que tal pressão fortemente aumentada pela escancarada liberação da política de ódio de Bolsonaro.
    Grande abraço!

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