Doses maiores

13 de setembro de 2019

5G: mais vigilância e controle social

A tecnologia 5G foi criada principalmente para servir ao capital. Nesse sentido, acentua a subordinação da sociabilidade humana à circulação de mercadorias. Para que esta seja harmoniosa, aquela tem que ser cada vez mais conflituosa e alienada.

Quem quer que não acompanhe ou atrapalhe a valorização do capital está sob ameaça. Podem ser pequenos empresários, incapazes de concorrer com monopólios. Mas, certamente, o maior alvo são militantes políticos e sociais.

Afinal, em uma sociedade que assegura total liberdade às mercadorias, a liberdade das pessoas é que precisa ser controlada, vigiada, tolhida.

Para essa função a internete já se mostra bastante adequada. Mas com sua versão 5G, não será preciso aguardar que sejamos nós a acessar seus dispositivos.

A internete das coisas é a rede onipresente. Cada pessoa transforma-se em um ponto circulando por ela. E os nós dessa rede já não são apenas computadores e celulares. São automóveis, mobiliário urbano, a casa, o trabalho, o lazer.

Tudo e todos rastreados o tempo inteiro.

Não à toa, a rede 5G está no centro da disputa entre as duas maiores potências capitalistas da atualidade. Estados Unidos e China emparelhados na mais recente corrida tecnológica.

Os Estados Unidos com um liberalismo que assegura plena liberdade apenas para que suas grandes corporações privadas satisfaçam seus interesses. A China com seu capitalismo superplanejado a serviço de monopólios estatais e não estatais, incluindo alguns estadunidenses e europeus.

A 5G só é estratégica para os negócios e para o controle social porque obedece a uma lógica sistêmica. É esta lógica que devemos combater. Quem sabe, utilizando as próprias contradições da 5G para isso.

Leia também: 5G: a internete das coisas e de seu fetichismo

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