Doses maiores

16 de setembro de 2019

A oposição de que Bolsonaro precisa

A extrema-direita está no poder. Os ataques não cessam. Direitos sociais vêm sendo varridos da Constituição e da legislação.

A repressão vai desde a censura e perseguição a movimentos sociais e culturais à intensificação das mortes de pretos e pobres, indígenas e homossexuais, lideranças populares e sindicais.

Diante disso, é indispensável buscar a mais ampla unidade em defesa de direitos e democracia, certo? Sim, mas qual unidade e para quê?

Em 02/09/2019, na capital paulistana, foi lançado o movimento "Direitos Já!". Entre os presentes famosos, Noam Chomsky, Ciro Gomes (PDT), e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Logo depois, em 04/09/2019, aconteceu o lançamento de outra frente. Desta vez, em Brasília, com a presença do PT, grande ausente no evento anterior.

Era a Frente pela Soberania Nacional. Entre os presentes famosos, Fernando Haddad (PT), Carlos Lupi (PDT), Wellington Dias (PT), governador do Piauí, e Guilherme Boulos (PSOL).

Não faltaram entidades de luta como CUT, FUP, MST, MTST, Cimi, Apib, Fenaj, MAB e MAM.

As duas frentes surgem separadas e o calendário eleitoral, muito provavelmente, vai distanciá-las ainda mais.

De qualquer maneira, há elementos em comum às duas iniciativas. Na primeira, entre aqueles presentes famosos, Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, partido que é um dos protagonistas na aprovação da Reforma da Previdência de Bolsonaro.

Já no segundo evento, o presente mais célebre era, certamente, o senador Renan Calheiros, do MDB, outra agremiação cuja atuação em favor da aprovação das medidas de Bolsonaro é incontestável.

Direitos Já ou Direita Já? Frente pela Soberania Nacional ou pela capitulação eleitoral?

Vêm aí, as eleições municipais. Bolsonaro agradece.

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3 comentários:

  1. Ih Sergio, que merda, não estava sabendo dessas frentes (apesar de ler e ver muitos vídeos, ando mal informado, ou essas frentes devem estar mais para farsa como parece). Que composições mais esdrúxulas. Na primeira temos esquerda e centro esquerda com Chomsky e Flavio Dino (não sei o que um intelectual marxista e um partido como o PC do B tão fazendo nessa frente), junto com um cara de centro ou no máximo centro-esquerda como o Ciro Gomes, e de direita como o FHC (entendi que ele está nessa frente, e se está como?). Na 2a partidos mais ou de menos de esquerda e centro-esquerda como PT e PDT, junto com uma esquerda como PSOL e movimentos sociais e, pasme, parcela do oportunismo de direita do PMDB (PT não tem jeito mesmo; agora, PSOL que me desculpe). Falar em samba do crioulo doido é elogio. Juro que não estou entendendo e parece até engano a composição dessas frentes. A par da composição político-ideológica, tem um problema estranho no mínimo de concordância de sei lá que nome classifico, tipo: PC do B na primeira em detrimento da composição que sempre tiveram com o PT; PDT com Ciro e Carlos Lupi em uma e outra. Vi a entrevista do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, no Tutameia, onde ele fala da possibilidade de muitas frentes, que já não me agradou muito, mas não achava que podiam ser desse tipo. Vc tem certeza na composição dessas frentes? Vc não tomou muita cachaça de jambu? Obrigado, acreditando que tenha sido efeito de delírio da cachaça de jambu (dizem que dá uma fumigação nos lábios, quem sabe possa dar também na cabeça) quando escreveu esta Pílula. Ah tá, o Bolsonaro agradece, mas do lado deles também tá uma confusão danada, ou seja, as eleições próximas vão ser qualquer nota, vai ser tipo Tim Maia: "vale tudo, vale o que vier", e pior, provavelmente sem o prazer de poder "dançar homem com homem e mulher com mulher". Bjs amigo e camarada.

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    1. Bom, não deveria surpreender o surgimento de coisas malucas como essas frentes. O desespero, a desorientação e o oportunismo são grandes na esquerda (que seria formada agora por mais ou menos todo mundo que não é Bolsonaro, segundo os critérios das frentes criadas). Quanto ao Bolsonaro, acho que ajuda muito o discurso dele porque combina com a ideia de que ele combate a velha política, já que a velha política está presente nessas iniciativas, juntando Dilma, Haddad, Calheiros de um lado. Ciro Gomes e FHC de outro. Quanto à cachaça de jambu, quisera fosse. Mas o amortecimento que ela provoca na língua, certamente tá atacando a cabeça desse povo aí. Beijo

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