Doses maiores

17 de dezembro de 2020

Engels, um grande festeiro

Nas entrevistas que deu por ocasião do lançamento de sua biografia sobre Marx, o professor José Paulo Netto afirmou que se tivesse oportunidade de passar um fim de semana com Marx, aprenderia muito. Mas se essa mesma oportunidade lhe fosse dada com Engels, também aprenderia muito, mas se divertiria mais.

É a pura verdade. Marx tinha seus momentos cômicos e divertidos, mas Engels era o rei das festas e celebrações. Se, por um lado, era obrigado a comparecer aos banquetes da elite de Manchester para manter seu disfarce burguês, o que ele gostava mesmo era das bebedeiras nas cervejarias proletárias que frequentava discretamente com Mary Burns.

Assim, mesmo sendo ateu, Engels jamais deixaria de festejar o Natal. Afinal, dizia ele fazendo coro com Marx, era a celebração do nascimento de uma criança que viria a ser uma liderança dos pobres. E sempre que podia, garantia uma farta mesa natalina para a família Marx e amigos.

Em um desses momentos, Engels trouxe para a ceia, além de muita comida, várias garrafas de um vinho que não devia estar muito bom. O resultado foi uma ressaca que atingiu todo mundo, incluindo as crianças.

Mas incidentes desse tipo jamais afetaram o ânimo festivo daquela comuna localizada em Londres, sempre aberta a exilados e revolucionários e financiada pelo burguês mais perigoso de todos os tempos.

Que as festas de fim de ano sejam como as organizadas por Engels. Com muita fraternidade, alegria abundante, mas ressacas moderadas. Sempre com máximo respeito aos que lutam, trabalham e conspiram pela liberdade e igualdade humanas. Tudo isso, claro, sem aglomeração.

Até 2021!

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