Doses maiores

1 de dezembro de 2020

Videogames anticapitalistas. Eles existem

Mais jogos anticapitalistas trazidos por Jamie Woodcock em seu livro “Marx no Fliperama”. Desta vez, eletrônicos.

Em 2012, Paolo Pedercini criou “Phone Story”. Suas fases baseiam-se nas etapas de produção de um iphone, começando nas minas do Congo, passando por fábricas chinesas, lixões eletrônicos paquistaneses e terminando nas lojas das grandes cidades. O objetivo do jogo era arrecadar recursos para organizações de trabalhadores em luta contra abusos empresariais. Mas três horas após seu lançamento, foi banido da loja virtual da Apple. 
 
“Construindo uma Ratoeira Melhor“ é um videogame no qual o jogador dirige uma fábrica-ratoeira, selecionando “ratos-trabalhadores” e decidindo quanto pagar a eles.
 
Em “Todos os dias o mesmo sonho”, o jogador controla um funcionário de escritório em um mundo sombrio, focado na banalidade das tarefas.
 
Em “Papéis, por favor”, o jogador assume o papel de um oficial da imigração no imaginário país stalinista de “Arstotzka”. A principal função do jogador é aprovar ou negar a entrada de estrangeiros no país. O processo de decisão é complicado pelo fato de que o jogador é pago por cada pessoa barrada e enfrenta a pressão de ter que sustentar uma família.
 
Os videogames acima são voltados para um público já politicamente definido. Mas uma exceção importante é o jogo “Uber”, lançado no site do Financial Times, cujas tendências esquerdistas são nulas. Nele, o jogador descobre como é trabalhar para a Uber e, geralmente, termina com ganhos totais inferiores a meio salário mínimo.
 
Há algum tempo, tornaram-se comuns os jogos anti-Donald Trump, nos Estados Unidos. Agora, talvez surjam também os dedicados a Joe Biden.

Nos vemos no próximo nível.

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