Certa vez, Karl Marx
escreveu:
Eu não acho que alguém que já
tenha escrito sobre dinheiro tenha sofrido tanto com a falta dele. A maioria
dos que escreveram sobre o assunto mantiveram relações melhores com o objeto de
suas investigações.
De fato, entre 1850 e 1860,
Marx e sua família só deixaram de comer o pão que o diabo amassou quando até
este lhes faltou. A pobreza era tanta que quatro dos sete filhos que Jenny Marx
gerou morreram ainda pequenos. Apenas três meninas sobreviveram.
A situação só não era pior
graças à proteção infalível de Friedrich Engels. O parceiro que acompanhou Marx
por toda a vida nas lutas e na elaboração teórica podia ajudar. Afinal, administrava
as lucrativas empresas de sua família.
Em uma de suas inúmeras
cartas pedindo dinheiro a Engels, Marx admite que suas despesas poderiam ser
menores, caso sua família levasse uma vida mais “proletária”. Mas isso
impediria que suas filhas pudessem se casar com “bons partidos”.
O maior medo de Marx era ver
suas filhas casadas com alguém como ele. Cheio de fervor revolucionário,
inteligência e coragem, mas incapaz de sustentar a própria família. Foi em vão.
As três acabaram se envolvendo com militantes revolucionários.
Nenhum deles chegava aos pés
do brilhantismo de Marx. Todos tinham idêntica incompetência para ganhar
dinheiro. E igualmente fizeram suas esposas sofrerem, para desgosto de um pai que
adorava as filhas.
Tudo isso está no livro “Amor
e Capital - a Saga Familiar de Karl Marx”, de Mary Gabriel, recentemente
lançado no Brasil. Voltaremos a falar dele, das muitas aflições e poucas
alegrias da família Marx.
Leia também: Marx apaixonado
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