Doses maiores

8 de fevereiro de 2017

Tempos de intolerância libertadora

Em 22/01, o blog Esquerda On-Line publicou ”O fim da notícia mundial”, de Alex Callinicos. O tema é a eleição de Donald Trump. Sobre a situação criada a partir dela, merece destaque um trecho:

Não se deve permitir que as ideias nazistas se tornem respeitáveis. Aqueles que se expressam ou até mesmo se engajam com eles devem ser objeto do que Herbert Marcuse chamou de “intolerância libertadora”. A eleição de um racista como presidente dos Estados Unidos, e as figuras mais à direita que ele traz em sua comitiva encorajam todos os racistas, todos os policiais brancos que atiram desavisadamente em supostos suspeitos negros, todos os milicianos brancos nos EUA.

Por isso, a resistência das ruas estadunidenses precisa ganhar o apoio convicto das forças progressistas, diz ele.

Também é necessário seguir o exemplo da Coreia do Sul, em que gigantescas manifestações populares levaram ao impeachment da presidenta de direita, Park Geun-hye, responsável por casos comprovados de corrupção.

Outro exemplo vem da Romênia, onde centenas de milhares de manifestantes saíram às ruas e conseguiram derrubar um decreto parlamentar que tentava descriminalizar alguns casos de corrupção cometidos por políticos. 

Algo semelhante está sendo proposto pelo Congresso Nacional brasileiro. Um projeto-de-lei pretende considerar caixa 2, corrupção e outras irregularidades envolvendo eleições como casos a serem tratados exclusivamente dentro dos partidos, sem interferências externas.

Resta saber até que profundidade do poço teremos que cair para que reações populares surjam entre nós nas mesmas proporções e com direção semelhante. A da intolerância libertadora não apenas contra os corruptos, mas em relação ao conservadorismo que garante sua presença insuportável.

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