Doses maiores

1 de fevereiro de 2017

O “Bolsa-Família” dos trabalhadores estadunidenses

“A classe trabalhadora norte-americana: o gigante adormecido está se mexendo?” é um artigo de Reginaldo Moraes com informações bastante interessantes sobre a força de trabalho norte-americana.

Publicado em 17/12, no Jornal GGN, o texto mostra que os proletários estadunidenses continuam lá. Só mudaram de perfil. Concentram-se mais no setor de terciário e são chamados de ”fornecedores de serviço”. Uma designação que esconde grande desrespeito a direitos trabalhistas e enorme concentração de riqueza nas mãos da minoria que os explora.

É neste cenário que existe o “Food Stamp”. Uma ajuda federal instituída durante a grande depressão nos anos 1930 para comprar alimentos. Como diz o autor, “guardadas as muitas diferenças, uma espécie de Bolsa-Família ou Fome Zero norte-americano”.

O programa tinha sido desativado nos anos 1960. Voltou nos anos 1970, quando começou “a grande virada da desigualdade na sociedade norte-americana”. E, em 2014, “nada menos que 46 milhões faziam uso do Food Stamp para cobrir seus gastos de ‘mercearia’”.

A maioria dos que utilizam o Food Stamp trabalha, ”em tempo parcial ou integral, naquilo que consegue arrumar”. Muitos deles em empresas gigantes, como a Walmart. Uma delas, diz Moraes, criou um “site para ‘educar’ seus funcionários (ou terceirizados) para que fizessem orçamentos ‘inteligentes’”. E “teve a cara de pau de sugerir a eles que se candidatassem ao Food Stamp para completar a renda!”

Ao mesmo tempo, continua o artigo, há políticos americanos que atacam esses programas sociais como “atrativos para preguiçosos e aproveitadores”.

Pois é, nem na adoção do programa, nem nas críticas conservadoras a ele somos muito originais. E, provavelmente, nos resultados extremamente limitados, também.

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