Doses maiores

30 de novembro de 2020

A origem anticapitalista do “Banco Imobiliário”

Em seu livro “Marx no Fliperama”, Jamie Woodcock revela a existência de alguns jogos anticapitalistas que ganharam fama. Um deles é “Monopoly”, conhecido como “Banco Imobiliário” no Brasil e sucesso de vendas há muitas décadas em todo o mundo.

Inventado em 1903 por Elizabeth Magie, nos Estados Unidos, era originalmente chamado “Jogo do Proprietário”. Em 1925, foi rebatizado como “Monopoly” e apresentava o seguinte texto de apresentação:

Monopólio foi projetado para mostrar os males causados pela propriedade privada. No início do jogo, cada jogador tem a mesma chance de sucesso. Mas no final, apenas uma pessoa fica com todo o dinheiro. O que explica o fracasso dos outros participantes? Que fatores justificariam a distribuição obviamente desigual que essa situação representa? Aqueles que vencerem, responderão "habilidade". Os que perderam, dirão “sorte”. Mas talvez haja alguns que, ainda que admitam o peso desses fatores, responderão “é a propriedade privada”.

No entanto, a versão moderna mudou esse texto introdutório para: “A ideia do jogo é comprar e alugar ou vender propriedades de forma tão lucrativa que torne o jogador mais rico e finalmente monopolize toda a riqueza”.
 
No final dos anos 1970, no Estados Unidos, Bertell Ollman lançou o jogo de tabuleiro “Luta de Classes”. A embalagem trazia a imagem de Karl Marx disputando uma queda de braço com Nelson Rockefeller. As duas possibilidades de vitória apresentadas no tabuleiro eram: “Socialismo (Os trabalhadores vencem!)” e “Barbárie (Os capitalistas vencem!)”. Vendeu 230 mil unidades quando foi lançado, mas logo desapareceu.

As versões anticapitalistas para o meio eletrônico não tardaram a surgir. É o que veremos na próxima fase.

Leia também: O potencial anticapitalista dos jogos

2 comentários:

  1. Ai Sergio, sei não. Joguei o Banco Imobiliário de criança, mas achava um porre. Não porque era comunista, ou gostava de ler Marx (nessa época gostava do Tio Patinhas), mas porque achava chato aquela história de ficar conquistando, ganhando, sinceramente não via diversão. Depois vim a achar que era um jogo capitalista de incentivo a conquistas financeiras, o que continuo achando. Gostei de saber que existiu esse jogo Luta de Classes. Queria até conhecer, embora tenha a suspeita que não vá gostar, prefiro jogos que suscitam a inteligência e o conhecimento, e mais ainda os de pura distração e entretenimento. Bjs. Ah sim, se tiver um jogo que ensina como acabar com a burguesia, esse eu quero.

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    1. Bom, pelo que entendi, o jogo original era meio diferente do atual. Eu nunca joguei porque não gosto nem do nome. Banco Imobiliário é careta demais. Na próxima pílula tem mais jogos anticapitalistas, mas eletrônicos. Valeu!

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