A série é “A queda da Casa de Usher”, exibida pela Netflix. As palavras abaixo estão no terceiro episódio, ditas por Roderick Usher, personagem principal, ao se deparar com um famoso ditado:
Quando a vida te der limões, faça uma limonada? Não. Primeiro você torna escassa a oferta de limões, o que só acontece se você os estocar, controlar seu fornecimento e fazer uma campanha de mídia dizendo: limão é a única maneira de dizer “eu te amo”. É o acessório indispensável para noivados ou aniversários. Rosas estão por fora, limões estão na moda. Ela não fará sexo com você a menos que você tenha limões. Lance pulseiras de limões de ouro com edição limitada e diamantes chamados gotas de limão. Faça com que a Apple chame seu novo sistema operacional de OS-Lemon. Encha o Capitólio com lobistas de limão e faça com que uma Kardashian chupe uma rodela de limão em um vídeo de sexo que vazou. Um astro de cinema usando sapatos cor de limão em Cannes. Legal, irado, demais? Não. Limão. “Você viu aquele filme? Você viu aquele show? Foi muito limão!”. Aí, você obtém uma patente genética para a sequência de DNA do limão. Faz polinização cruzada. Faz com que essas sementes circulem na natureza, e então, processa o agricultor por violação de direitos de propriedade quando esse código genético aparecer nas terras dele. Sente-se, arrecade milhões e, quando terminar, e tiver vendido seu império cítrico por alguns bilhões de dólares, então, e só então, você fará a porra da limonada.
Verdade ácida proporcionada pelo entretenimento capitalista, cada vez mais cínico.
Leia também: O espelho escuro do capitalismo
Perfeito, bela crítica, bem resgatada aqui
ResponderExcluirValeu
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