“Quem controla a economia brasileira” é o título de artigo de Eduardo M. Rodrigues e Ladislau Dowbor publicado recentemente.
Segundo os autores, os dados são do anuário “Grandes Grupos – 200 maiores” elaborado e publicado pelo jornal Valor Econômico do Grupo Globo (dezembro de 2019). A metodologia utilizada, afirmam eles, possibilita “visualizar e medir com rigor estatístico as relações existentes em uma rede, sejam elas de amizade, trajetos aéreos ou rodoviários, transmissão de doenças, toda forma de poder político e quaisquer outros tipos de relações, inclusive vínculos acionários”.
Em um resumo rápido, o conjunto corporativo que foi tema do estudo é composto por 200 holdings (estrangeiras, nacionais privadas e estatais) que integram 6.235 unidades empresariais. Esta rede responde por 63,5% do PIB brasileiro e, considerando que no país há 19,7 milhões de empresas ativas, significa que quase 70% de toda a riqueza produzida no país está nas mãos de, ao menos, 0,03% das empresas.
A receita bruta dos 200 maiores grupos, em 2019, foi de R$ 4,6 trilhões. Em comparação, o Orçamento da União foi de R$ 2,7 trilhões. Ou seja, a riqueza acumulada, em 2019, pelas 200 maiores corporações (0,03% das empresas de todo o país) foi quase 70% (69,7%) maior do que todos os recursos federais disponíveis para todas as políticas públicas nacionais destinadas aos mais de 210 milhões de habitantes. O 1% dessa rede empresarial presente em território brasileiro controla quase um quarto de todo o conjunto.
São só alguns números. O artigo merece ser lido na íntegra. Mas já dá pra ver quem, afinal, controla o destino da enorme maioria de nós.
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