Uma das séries de maior sucesso em exibição atualmente é “Fallout”. Adaptação de um videogame de sucesso, ela tem como cenário um mundo destruído por guerras nucleares.
A radiação mata e adoece gravemente todos os habitantes do planeta, exceto uns poucos privilegiados que vivem em refúgios subterrâneos vendidos pela empresa Vault Tec.
Bem antes das guerras devastadoras, os executivos da Vault Tec apostaram nos enormes lucros decorrentes da venda de bunkers em uma situação de apocalipse nuclear. O problema é que o evento tardava a acontecer e as vendas despencavam. A oportunidade não podia ser desperdiçada e a empresa providenciou para que não fosse.
Fora do mundo das séries e games, a realidade é um pouco mais sutil e complexa. Mas a lógica parece ser a mesma. Poderosos trilionários fabricam foguetes e idealizam colônias espaciais e interplanetárias como refúgio para o fim do mundo.
Mas uma guerra nuclear traria consequências imprevisíveis. Mais eficiente é apressar o aquecimento global. Seus efeitos são mais graduais e tudo indica que pouparão os poucos ultraprivilegiados do mundo e seus auxiliares de luxo infiltrados nos governos.
Nenhum desses trilionários e seus serviçais vai para o espaço. Preparam bunkers para seu próprio uso e daqueles poucos que podem pagar.
Enquanto isso, automóveis elétricos engrossam o trânsito das grandes cidades. Enormes redes varejistas turbinam ainda mais o consumismo gerador de lixo e de ocupações sub-remuneradas. Imensos monopólios de informação semeiam o caos nas relações sociais. Combustível fóssil continua queimando, vegetação virando carvão, cidades inteiras são inundadas, rios são envenenados...
Não há tempo a perder. O apocalipse é lucrativo demais para ser adiado.
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Puxa vida, gostei bastante. O título já tinha me chamado a atenção, a relação que faz do seriado e sua explicitação capitalista (vou assistir) com o que aciona para o momento ficou bem legal. Precisa trazer mesmo o futuro apocalíptico para o presente igual, talvez só um pouco mais rebuscado como diz. O último parágrafo ficou bem legal.
ResponderExcluirValeu! O primeiro episódio não me animou. Mas insisti. A estética é de filmes dos anos 60 e a trilha sonora também, sendo que tem músicas românticas, ingênuas e bem humoradas que combinaram muito bem. As situações são bem loucas, com ótimos momentos cômicos. Elenco bom também. Vale assistir, sim.
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