O fascismo não é de modo nenhum a vingança da burguesia contra um proletariado que se tivesse insurrecionado de maneira combativa. Sob um ponto de vista histórico e objetivo, o fascismo ocorre, sobretudo, porque o proletariado não foi capaz de prosseguir sua revolução.
Esta afirmação continua válida. É verdade que não havia qualquer revolução em curso quando começou a atual onda conservadora que se tornou fascista. Mas não podemos esquecer as revoltas que vieram na esteira da crise econômica de 2008, com inúmeras revoltas, paralisações e greves em países como Grécia, Turquia, Egito, Tunísia, Espanha, Estados Unidos e Brasil, entre 2010 e 2013.
Que tais revoltas não tenham dado início a processos revolucionários significou uma grande derrota para a esquerda mundial. Que o vazio deixado por essa derrota tenha sido ocupado por forças de extrema-direita foi uma vitória do grande capital.
De qualquer maneira, a fala de Clara Zetkin mostra que a derrota do proletariado é condição necessária para permitir que a burguesia faça uso do fascismo sem freios e constrangimentos.
Os regimes fascistas apresentam as condições ideais para o domínio do capital. Quando isso não é possível, a democracia parlamentar/eleitoral é apenas tolerada pela burguesia, não almejada por ela. Mesmo as conquistas e direitos mais limitados foram arrancados com muita luta e mantidos a ferro e fogo pelas classes subalternas.
Não há vitória do fascismo sem derrota do proletariado. Não há vitória da luta antifascista sem o protagonismo dos explorados.
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