Doses maiores

11 de março de 2014

O governo Dilma na cadeira elétrica

As notícias na área da energia elétrica não são nada boas. Para a população, em primeiro lugar. E para o governo Dilma, também. O risco de haver apagões e racionamentos é grande. Mas é o resultado de uma opção do governo petista: beneficiar as grandes empreiteiras com a construção de usinas gigantes e pouco úteis.

Um artigo publicado por Telma Monteiro em seu blog ajuda a entender o que está acontecendo. O texto cita as usinas do Jirau e de Santo Antônio no rio Madeira. Já concluídas, as duas centrais hidrelétricas “não estão servindo para nada”, diz Telma.

As linhas de transmissão com 2.450 km para trazer a energia de Porto Velho para o Sudeste, só ficaram prontas depois que as turbinas de Santo Antônio estavam operando. As mesmas turbinas de Santo Antônio que agora foram desligadas por ordem do Operador Nacional do Sistema (ONS) devido à cheia. Linhas de transmissão com custo absurdo não estão transportando, hoje, nenhum megawatt. A previsão é que as cheias da bacia do rio Madeira vão avançar para todo o mês de março.

Ao mesmo tempo, a população pobre do lado boliviano do Madeira vem sofrendo com enormes enchentes. Muito provavelmente, agravadas pelas barragens das usinas brasileiras.

Enquanto isso, 640 pequenas hidrelétricas esperam em vão autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica para serem construídas. Cerca de 95% delas fora da Amazônia. Parece que não atraem o interesse de grandes empreiteiras, intermediários financeiros e poderosos doadores de campanhas eleitorais.

O governo Dilma está sentado numa cadeira elétrica. Mas para sua sorte não deve haver tensão suficiente para acioná-la. 

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