Doses maiores

10 de março de 2020

Por trás da mutação subprime/coronavírus, o capitalismo em crise

José Martins e a Equipe 13 de Maio mantêm o boletim “Crítica da Economia” há 30 anos. O tom é meio apocalíptico quando aborda os problemas e contradições da atual fase do capitalismo. E as manifestações de alegria pela iminência de colapsos econômicos um pouco despropositadas. Motivadas, segundo suas próprias palavras, por “boas notícias sobre a necrologia do capital”.

Mas é uma fonte importante de informações e dados para os marxistas combativos. E mantém uma análise atenta da situação mundial. É o caso do trecho abaixo, retirado da última edição do boletim:

...dois gatilhos deveriam ser acionados para a abertura do novo período de crise global. O primeiro seria uma radical interrupção da produção industrial da China, o “chão de fábrica do mundo”. Como já é de amplo conhecimento público, este gatilho acaba de ser acionado.

A novidade é que o gatilho chinês veio embalado pela espetacular mistificação do novo coronavírus. Já houve outros coronavírus, mas não tão propagandeados como o atual.

O problema é que todas as análises econômicas da atual explosão econômica global aparecem poluídas por uma asneira da sociedade do espetáculo.

Como providencial álibi para os capitalistas de todo o mundo, as turbulências atuais do mercado que eles mesmos criaram aparecem apenas como resíduo deste obscuro vírus de mais uma cepa corriqueira de tantas outras gripes.

Mais além desta asneira, o segundo e definitivo gatilho para a abertura oficial da crise global será a derrocada dos preços das ações na maior bolsa de valores do mundo.

Realmente, o coronavírus é o novo subprime. Causa superficial da mais grave das epidemias: o capitalismo.

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