Para Lênin, o militante socialista tinha que ser, antes de tudo, um “tribuno do povo”. Ou seja, ser alguém “capaz de reagir a qualquer manifestação de tirania e opressão, não importa onde apareça, nem qual seja a classe das pessoas atingidas por ela”.
Nos tempos atuais, os socialistas precisam ser também tribunos do meio-ambiente, diz Ian Angus, em seu livro “Enfrentando o Antropoceno”.
Marx dizia que as pessoas não mudam a si mesmas e depois mudam o mundo. Elas mudam a si mesmas, mudando o mundo, afirma Angus. Mas não existe revolução em que todos ganham. Numa verdadeira revolução, diz ele, aqueles que têm poder e privilégios na velha sociedade devem perdê-los na nova.
Marx e Engels advertiram: a luta de classes conduzirá ou a “uma reconstituição revolucionária da sociedade em geral” ou à “ruína comum das classes em conflito”. No Antropoceno, a ruína comum, a destruição da civilização, é uma forte possibilidade. Por isso, o autor defende um movimento com um programa ecossocialista que faça a ligação entre a raiva espontânea de milhões de pessoas e o início de uma transformação ecossocialista.
Se lutarmos, podemos perder. Se não lutarmos, perderemos, diz ele. A sorte ou o acaso podem desempenhar um papel, mas uma luta consciente e coletiva para deter o trem infernal do capitalismo é a nossa única esperança para um mundo melhor.
Por fim, Angus cita Gramsci, para quem era urgente “deter a dissolução que corrói as raízes da sociedade humana”. Somente assim, a “árvore nua e estéril pode tornar-se verde novamente”.
Esta pílula encerra a série sobre a obra de Angus.
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Ah tá bom, gostei, bem encerrada. Muitas colocações para se refletir.
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