Em “A Ilíada”, de Homero, Aquiles é o combatente invencível, lutando ao lado dos gregos contra Troia. Mata a todos sem dó ou vacilação, até que encontra pela frente Escamandro.
Escamandro é um rio-deus. Na mitologia grega, os rios eram considerados entidades poderosas e sagradas. Como as águas de Escamandro banhavam Troia, a divindade também protegia os troianos. Aquiles despertou a fúria de Escamandro não apenas pelos inúmeros corpos de troianos que jogou em suas águas. Os cadáveres também as poluíam, matando peixes e outros seres vivos.
A batalha entre Aquiles e Escamandro é um dos momentos mais dramáticos da Ilíada. O deus-rio, enfurecido, tenta afogar Aquiles, acrescentando a suas águas as dos afluentes e riachos próximos. Pela primeira vez, o invicto herói grego se viu em apuros. Mas Aquiles é filho da deusa Tétis e protegido de Hera, mulher de Zeus. Contra uma retaguarda dessa, o rio-deus não tinha a menor chance. As deusas convocaram Hefesto e o deus do fogo fez as águas de Escamandro ferverem e evaporarem, garantindo a vitória a Aquiles.
Mas deixemos a mitologia de lado, por um momento, para destacar a seguinte notícia: “Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco lideram ranking global de financiamento antiambiental. Maior parte do crédito liberado, explica a matéria, é destinada para as indústrias da soja e da pecuária bovina, setores com amplo histórico de violações socioambientais na Amazônia e no Cerrado brasileiro”.
Aí estão as causas das frequentes inundações catastróficas e queimadas calamitosas. No lugar de brigarem entre si, como na mitologia, os deuses do capitalismo se unem na promoção do apocalipse planetário.
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Perfeito, muito boa relação com a mitologia grega, a qual adoro.
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