A eleição de Marcelo Freixo (PSOL) foi uma enorme vitória para os que lutam contra a violência do Estado nas comunidades pobres do Rio. No entanto, Freixo foi campeão de votos na zona sul carioca. Região dominada pelo eleitorado de classe média.
Já o apresentador Wagner Montes, defende o oposto de tudo o que representa o mandato de Freixo. É favorável às ações violentas da polícia. Em seu programa de TV espalha valores conservadores que beiram o fascismo. Apesar disso, Montes foi bem votado em toda a cidade, principalmente nas comunidades pobres.
Que conclusões tirar desses números? São muitas e complexas. Mas, é importante lembrar o que disse o revolucionário Karl Marx há mais de 150 anos: as idéias dominantes em uma sociedade são as idéias da classe dominante. A defesa da ordem, mesmo que de forma truculenta, é bem aceita até nos lugares que mais sofrem com isso. Se não fossem, já teríamos vivido enormes motins nas principais cidades brasileiras.
Manter elevada a desigualdade social, restringir o acesso da população mais pobre à educação e à informação crítica, distanciá-la de formas coletivas e solidárias de resistência. Tudo isso causa grandes estragos. Por outro lado, não é verdade que a “classe média” só tenha ouvidos para propostas conservadoras.
Os setores mais pobres devem ser o alvo principal de nossa disputa pela hegemonia. Mas a luta de ideias não pode ser refém de preconceitos sociológicos e eleitorais. Recusar prioridade à luta pelo voto é um bom começo. Respostas, mesmo, só com muito trabalho de base e propaganda socialista junto aos explorados nos vários cantos da sociedade.
Assim como a bíblia era negada ao povo na idade média a educação e a educação crítica são negadas hoje.
ResponderExcluirCom relação ao resultado das urnas, Wagner Montes tem o voto da "poliçada", como ele mesmo gosta de falar. Também possui muitos votos dos setores mais pobres da cidade, acho até que mais pela sua fanfarronice e fama do que pela suas idéias fascistas, que lhe são inerentes, sem dúvida.
O povo certamente é fortemente influenciado pela religião, não só a evangélica como até mesmo a católica, que de tempos em tempos mostra a sua força. Daí o exemplo de alguns deputados ultra conservadores e fascistas, desconhecidos do grande público, mas ligados a igrejas católicas e evangélicas, obterem uma quantidade de votos exorbitantes, isso sem contar a compra de votos... mas isso é uma outra história
Abraços