Doses maiores

27 de julho de 2012

Olimpíadas, racismo e direitos humanos

A cena mais bonita da história das Olimpíadas aconteceu no México em 1968. Os atletas negros americanos Tommie Smith e John Carlos fizeram a saudação do “Black Power” quando receberam suas medalhas. Dave Zirin conta alguns detalhes.

Os dois corredores pertenciam ao Projeto Olímpico para os Direitos Humanos (OPHR). O movimento queria a exclusão da África do Sul e da Rodésia das Olimpíadas. Mas havia outras exigências. Se não fossem atendidas, haveria um boicote aos Jogos.

As duas repúblicas africanas racistas ficaram de fora das Olimpíadas. Mas as outras exigências não foram atendidas. Mesmo assim, o boicote não aconteceu. Smith e Carlos ficaram num impasse: deixariam de ir ou tentariam representar o movimento?

Só havia um jeito: chegar ao pódio para fazer seu protesto. Eles conseguiram. No momento da premiação, usavam as luvas dos “Panteras Negras” e estavam descalços contra a pobreza. Também usaram broches do OPHR e um colar de contas para denunciar os constantes linchamentos de negros em seu país.

O gesto também protestava contra o Massacre de Tlatelolco, em que centenas de estudantes e trabalhadores mexicanos foram mortos pouco antes dos Jogos. O outro ocupante do pódio era o australiano Peter Norman. Ele também usava o broche do OPHR.

Smith, Carlos e o branco Norman sofreram perseguições por muitos anos. Mas mostraram o verdadeiro espírito olímpico. Respeito ao esporte, competição leal, princípios humanitários, solidariedade, dignidade e coragem.


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