Doses maiores

17 de abril de 2019

Para que o caos deixe de governar

Mais de um cientista político ou colunista já disse que o modo operacional do governo Bolsonaro é o caos.

É o conflito constante, movido a paixões mesquinhas, paranoia, conspirações reais ou inventadas, ofensas, calúnias, puxadas de tapete, maus modos, moralidade de baixo calão...

É a própria “milícia” no poder. Por enquanto, só não houve troca de tiros. Por enquanto...

Um resultado é a dificuldade de encaminhar o que a Bolsonaro foi encomendado. Principalmente, reformas econômicas que pretendem exterminar direitos e acabar com a pobreza junto com os pobres.

O outro resultado é que as disputas que polarizam todas as atenções ficam centradas no palácio presidencial ou entre representantes das cúpulas dos três poderes.

Enquanto isso, a oposição parlamentar assiste impotente. No máximo, escolhe alguns lados para torcer. Há quem torça para um Mourão, um Gilmar Mendes, um Rodrigo Maia.

Mas o imobilismo também reina entre as principais forças da oposição de esquerda fora do parlamento.

O fato é que muitos de nós não estávamos preparados para um poder caótico porque não atentamos para o caos que já governava o cotidiano de grande parte da população.

Diante disso, o que fazer? Difícil saber. Mas como disse o colunista Celso Rocha de Barros, da Folha, ser de centro é muito difícil sob um governo Bolsonaro.

Só nos resta radicalizar pela esquerda. Mas radicalizar não significa responder ao fanatismo com fanatismo. Culpar “pobres de direita”, os evangélicos em geral, a “burrice popular”, as “arminhas com dedo”, gritar “bem feito” etc.

Se fizermos assim, o caos continuará a governar, lá em cima, e ainda contará com nossa ajuda, cá embaixo.

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2 comentários:

  1. É Sergio, não entro nessa de ficar criticando àqueles que, por critérios como burrice e outros correlatos (não gosto disso, até porque já fui criticado por uma pessoa que ia votar no Bolsonaro me chamando de burro; percebe, não pega). Até mesmo em relação ao governo não vejo incidência prática junto à população que votou nele ficar demonstrando a falta de conhecimento, preparo etc deles. Acho que o eixo é demonstrar a quais interesses eles representam e as medidas que comprovam isso. Só às vezes, quando a estupidez é muito grande e não dá para suportar, vale um alerta evidenciando (rsss...). Abraço. PS: Sergio, sabe, da próxima vez que vier para S. Paulo, ou eu for para aí, acho que tem dois temas que tenho críticas e gostaria de conversar contigo: à autocrítica constante da esquerda e a volta às bases. Bjs.

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